quinta-feira

Equinócio Primaveril

Despido da intensidade clandestina,
Me pus frente a frente com o passado.
Os pensamentos fugiram lépidos,
Pelas estrias lânguidas da nervura.
Estariam eles exauridos,
Pela longa vigília solitária?

Como pode o exiguo rocio,
Orvalhar tantos olhos?
Não mitigarei o que está por me abocanhar,
O quinhão que me é devido aceitarei.
Margeando o epicentro da minha dor,
Mergulharei no momento em que escorregar.

Um solstício invernal inesperado,
Surpreendeu-me com um manto negro.
Os olhos preferiram fechar, a ver o escuro.
Esqueceram-se de abrir e adormeceram.
Acordei num equinócio primaveril,
Que bom, florescia à cântaros.
Odair Comin

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