quinta-feira

Poesia: Rastafari


Restos e rostos de uma noite rastafari.
Tranças trançadas com o véu do luar.
Num olhar a lua se desmancha no mar.
Em seus cabelos faço um safari.
Os caracóis da rebentação fico a mirar.
Em seus caracóis desejo me aninhar.
Restos e rostos, tranças em cabelos encaracolados...

No vão da distância,
Uma vida ganha esperança,
Outra para outros, traz boa aventurança.
No vão da distância,
O amado percebe uma pequena semelhança,
A amante feliz, entra outra vez na dança.
Na distância a esperança, o amado e a amada numa dança...

Nos becos lamacentos,
O miserável afoga seus desejos,
De uma vida sem lampejos.
Nos hospitais novos nascimentos.
Dela nasce o filho dos desejos,
Uma vida dá seus primeiros lampejos.
Becos miseráveis, a vida do filho dos desejos...

Num seco sorriso aguado,
Lágrimas secas molham a pele úmida,
Pela inegável responsabilidade assumida.
O visitante há tempo era esperado,
Trazia na mala uma vida florida,
Nela também trazia a alegria sumida.
Sorrisos e lágrimas, responsabilidade esperando alegria...

Com o chapéu trançado pela vó,
Ele esconde o cabelo rastafari e pintado,
Mostra-se e esconde-se para ser admirado.
A trança as vezes vira um nó.
Desatar os laços que te deixam desanimado.
Amarrar sua vida com o sagrado.
Chapéu, cabelos, amada...
Odair Comin

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