quarta-feira

A Jornada de Autoconhecer-se

Como se chega ao autoconhecimento? Ao contrário do que poderiamos pensar, o mais importante não é a chegada, mas sim de onde se parte. Quando se faz um caminho que não nos agrada, ou que nos faz mal, de que importa a chegada. Portanto, a escolha mais preciosa é o início do caminho.  E ainda mais importante que o fim, são os meios – é a caminhada – a parte mais abundante de uma jornada. É nela que passamos a maior parte do tempo, por isso espera-se que seja prazerosa.

Somos todos um imenso mosaico, a somatória multicolorida das pessoas que passaram por nossas vidas, os livros que lemos, os filmes, as peças que assistimos, os ensinamentos que tivemos. Ou seja, tudo o que absorvemos por meio dos sentidos. Pequenos fragmentos em constante movimento, recolocação, transformação. Alguns abandonados, outros requisitados, alguns pensados, outros vividos. Tudo o que aceitamos dentro de nós, de forma consciente ou não, nos influencia.

Para se autoconhecer é preciso partir de algum lugar. E o quão melhor se for uma escolha, digo escolha no sentido consciênte, porque por vezes, o inconciente é nosso maior regente, todavia, requer confiaça no desconhecido, o que por vezes nos leva a lugares indesejados. São nossas crenças, nossas verdades que nos conduzem, algumas nos prendem, outras nos libertam. Podemos partir da Filosofia, com seus diferentes pensadores, podemos partir da religião e suas diferentes crenças, podemos partir do marketing, da mídia, do lucro a todo custo, de ações sustentáveis, do igual, do diferente, do ódio, do amor.

De onde você quer partir para se conhecer, que escolhas fez durante sua vida, que escolhas está fazendo, quais pretende fazer? Essas respostas determinarão a partida. Sócrates dizia que uma vida que não é constantemente revisada, não merece ser vivida. Não precisamos ser tão drásticos, contudo, essa revisão está intimamente ligada com nosso prazer, com nossa felicidade. Quantas vezes fazemos escolhas que não gostaríamos, escolhas que nos fazem mal. De forma alguma irei questionar suas escolhas, seus locais de partida. Pretendo sim, fazer uma pergunta: suas escolhas te fazem feliz? Suas escolhas te dão prazer? É isso o que eu gostaria de saber. Se a resposta for sim, que bom; se a reposta for não, é preciso revisar suas verdades. A verdade nem sempre faz bem no início, mas na maioria das vezes, ela conduz ao bem.

Portanto, para se autoconhecer, é necessário revisar as verdades escolhidas por toda a vida. Isso porque, essas verdades podem estar condicionadas à determinada época, à determinada forma de pensar, à determinadas influências que hoje já não fazem mais parte da vida. Porém, elas podem continuar influenciando, mesmo sem nossa percepção. Por vezes é necessário retirar móveis antigos, para colocar os novos. Essa é uma jornada que só você pode fazer, é uma jornada solitária e imprescindível. O lado bom é que essa jornada pode te conduzir ao bem pensar, ao bem agir e ao bem viver. Faça uma boa viagem.

Odair Comin
Autor do livro: Filoterapia - Conhece-te a ti mesmo

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