Meu corpo está aqui;
Minha imaginação onde eu desejar.
Meu corpo está preso a este “mundo”;
Meus pensamentos são mais livres do que eu.
Minhas lembranças,
Estão em lugares que antes já estive;
Hoje minha permissão é negada.
Meu corpo antes “puro” e belo;
Agora infectado,
Sujo e imundo num mundo decadente.
Antes muitos braços vinham ao meu abraço;
Hoje nem meus braços encorajam-se a me abraçar.
Antes as pessoas olhavam nos meus olhos com ternura;
Hoje olham com desdém e pena.
Vozes antes entoavam cânticos,
E recitavam poesias para mim;
Hoje vozes me expulsam, gritam,
Enxotam como um cão raivoso.
Mal cheiroso estou,
Quando dantes perfumes exalavam do meu corpo.
Vejo pessoas andando de um lado para o outro,
Fico imaginando no que estão pensando...
Algumas andam depressa e olham para o relógio...
Outras andam lentamente com olhos de admiração...
Algumas conversam fazendo gestos para o amigo...
Tem aqueles que parecem conversar consigo mesmos...
Alguns andam sorrindo...
Outros com olhar de preocupação...
Mas todos sabem para onde vão...
Dou alguns passos, fico parado, estendo a mão...
Todos me vêem, ninguém me enxerga...
Olham para mim como se isso fosse “normal”...
As pessoas desviam de mim,
Como se eu fosse um obstáculo...
Uma criança passa andando,
Grudada à mão da mãe;
Olha com olhar de surpresa,
Um olhar não visto no adulto;
Uma sacudidela no braço;
Ela quer sua atenção;
Aponta para mim com preocupação;
A mãe a puxa com força e a força,
Fazendo-a depressa andar;
Um aceno ao longe, um sorriso;
A felicidade cada vez mais distante...
Sou a sujeira que jogam debaixo do tapete...
Sou os cacos que jogam no lixo...
Sou os ratos de esgoto, cassados por gatos ferozes...
Sou a água suja que jogam pelo ralo...
Sou o câncer, prestes a ser estirpado...
Sou o doente em seu leito de morte...
Sou o alimento estragado que jogam fora...
Sou aquele mendigo fétido,
Que de vez em quanto, você joga alguns centavos...
Fecho os olhos;
Mais uma noite em meio aos jornais.
Jornais que falam de mim mesmo...
Eus, que já não mais existem;
Que abreviaram o sofrimento da vida,
Fico imaginado quando será minha vez...
Eus, que o frio congelou seus corações...
Que a overdose foi seu carrasco...
Eus, que foram estuprados pela violência...
Que morreram na intolerância negra...
Eus, que imploram para viver...
Para continuarem vivos...
Minha imaginação onde eu desejar.
Meu corpo está preso a este “mundo”;
Meus pensamentos são mais livres do que eu.
Minhas lembranças,
Estão em lugares que antes já estive;
Hoje minha permissão é negada.
Meu corpo antes “puro” e belo;
Agora infectado,
Sujo e imundo num mundo decadente.
Antes muitos braços vinham ao meu abraço;
Hoje nem meus braços encorajam-se a me abraçar.
Antes as pessoas olhavam nos meus olhos com ternura;
Hoje olham com desdém e pena.
Vozes antes entoavam cânticos,
E recitavam poesias para mim;
Hoje vozes me expulsam, gritam,
Enxotam como um cão raivoso.
Mal cheiroso estou,
Quando dantes perfumes exalavam do meu corpo.
Vejo pessoas andando de um lado para o outro,
Fico imaginando no que estão pensando...
Algumas andam depressa e olham para o relógio...
Outras andam lentamente com olhos de admiração...
Algumas conversam fazendo gestos para o amigo...
Tem aqueles que parecem conversar consigo mesmos...
Alguns andam sorrindo...
Outros com olhar de preocupação...
Mas todos sabem para onde vão...
Dou alguns passos, fico parado, estendo a mão...
Todos me vêem, ninguém me enxerga...
Olham para mim como se isso fosse “normal”...
As pessoas desviam de mim,
Como se eu fosse um obstáculo...
Uma criança passa andando,
Grudada à mão da mãe;
Olha com olhar de surpresa,
Um olhar não visto no adulto;
Uma sacudidela no braço;
Ela quer sua atenção;
Aponta para mim com preocupação;
A mãe a puxa com força e a força,
Fazendo-a depressa andar;
Um aceno ao longe, um sorriso;
A felicidade cada vez mais distante...
Sou a sujeira que jogam debaixo do tapete...
Sou os cacos que jogam no lixo...
Sou os ratos de esgoto, cassados por gatos ferozes...
Sou a água suja que jogam pelo ralo...
Sou o câncer, prestes a ser estirpado...
Sou o doente em seu leito de morte...
Sou o alimento estragado que jogam fora...
Sou aquele mendigo fétido,
Que de vez em quanto, você joga alguns centavos...
Fecho os olhos;
Mais uma noite em meio aos jornais.
Jornais que falam de mim mesmo...
Eus, que já não mais existem;
Que abreviaram o sofrimento da vida,
Fico imaginado quando será minha vez...
Eus, que o frio congelou seus corações...
Que a overdose foi seu carrasco...
Eus, que foram estuprados pela violência...
Que morreram na intolerância negra...
Eus, que imploram para viver...
Para continuarem vivos...
Odair Comin
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